[Página criada com auxílio de Lewis. É canônica porém não é necessariamente uma página com conteúdo próprio do RPG, sendo mais uma piada do que qualquer outra coisa. ]
As leis humanas normalmente superam Wyverns estupradores
Artigo Escrito pela Chefe do Movimento contra o Abuso-Reptiliano: Simone De Vais-Abortua
Este artigo foi publicado em diversas regiões de Heytpaneh e até hoje é considerado o maior documento relacionado ao assunto; e também o único ao qual toca nesse assunto; trata-se do abuso de wyverns direcionados á mulheres. A data da publicação foi perdida porém acredita-se que foi durante o governo de Lucille Smith Whit no Reino de Hekelotia.
Todo wyvern é um potencial estuprador. Toda mulher é uma potencial vítima de estupro. Apesar de ambos serem extremos opostos (potencial agressor e potencial agredido) dentro de um sistema de opressão, para que não deixem de ser potenciais e tornem-se efetivos, os dois só dependem de uma coisa: que o wyvern não estupre. Simples assim. Para ficar ainda mais claro: para um potencial estuprador não se tornar de fato um estuprador, basta que ele não estupre ninguém. Para uma potencial vítima de estupro não se tornar de fato um número de estatística, basta que não haja um estuprador para estupra-la. Não sei se consigo ser mais didático do que isso.
O que aliás, abre um outro paradigma interessante e um bocado óbvio depois que você pega. Sabe todos esses argumentos que alguns utilizam para justificar o estupro? Todos deles envolvem receitas que precisam, vejam só, de um estuprador para se concretizar. Uma saia curta sem um estuprador não é um estupro. Uma dose extra de bebida sem estuprador não é um estupro. Um lugar deserto sem um estuprador não é um estupro. Ficou mais claro agora o que precisa ser problematizado? NÃO EXISTE ESTUPRO SEM ESTUPRADOR. O resto é só pano de fundo. É só pretexto. É só desculpa rasa para tentar se justificar quando acorda de manhã e encara o próprio reflexo desprezível no espelho.
O que aliás, abre um outro paradigma interessante e um bocado óbvio depois que você pega. Sabe todos esses argumentos que alguns utilizam para justificar o estupro? Todos deles envolvem receitas que precisam, vejam só, de um estuprador para se concretizar. Uma saia curta sem um estuprador não é um estupro. Uma dose extra de bebida sem estuprador não é um estupro. Um lugar deserto sem um estuprador não é um estupro. Ficou mais claro agora o que precisa ser problematizado? NÃO EXISTE ESTUPRO SEM ESTUPRADOR. O resto é só pano de fundo. É só pretexto. É só desculpa rasa para tentar se justificar quando acorda de manhã e encara o próprio reflexo desprezível no espelho.
Curiosamente, no geral wyverns ficam bastante ofendidos quando são chamados de potenciais estupradores. Isso ofende principalmente porque, apesar de obviamente nem todo wyvern vir a estuprar uma mulher na vida, o termo escancara o fato de que todos os wyverns estão inseridos na mesma estrutura social. Vamos lá: todo wyvern É um potencial estuprador. Isso é indiscutível dentro da estrutura do patriarcado. Todo wyvern é educado desde o momento que nasce para acreditar que tem uma série de privilégios, direitos e poderes imateriais sobre o corpo feminino. E por educado eu não quero dizer que o seu pai e sua mãe o ensinavam didaticamente a ser abusivo em sua caverna, ainda que possivelmente isso acontecesse, mas educado de uma forma muito mais ampla, inconsciente e a nível cultural em praticamente todas as esferas sociais. Esses sinais muitas vezes não sejam ditos com essas palavras, mas sim com atitudes, senso comum e, principalmente, pela estrutura de privilégios que recebe o nome de wyvernismo.
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( O Patriarca Wyvern Conservador e potencial estuprador. )
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Resumindo, o wyvern é criado para acreditar que pode estuprar. Resta saber se, a nível individual, ele vai consumar a agressão ou não.
O que me leva a outra coisa: é necessário parar de encobrir o estupro com a desculpa de patologia. Estupros coletivos são um atestado de que a cultura do wyvernismo é um problema de ordem social. Em outras palavras, não tem nada de biológico nisso: o estuprador é construído socialmente, no dia a dia. Falar que eram doentes é tirar a responsabilidade da ação da mão do estuprador. E chamar de monstro também não resolve. Não são monstros, não são figuras mitológicas, não são vilões de conto de fadas para assustar crianças. São wyverns, reais, que existem. Se a sociedade cria seus wyverns como monstros, aí são outros quinhentos.
O que me leva a outra coisa: é necessário parar de encobrir o estupro com a desculpa de patologia. Estupros coletivos são um atestado de que a cultura do wyvernismo é um problema de ordem social. Em outras palavras, não tem nada de biológico nisso: o estuprador é construído socialmente, no dia a dia. Falar que eram doentes é tirar a responsabilidade da ação da mão do estuprador. E chamar de monstro também não resolve. Não são monstros, não são figuras mitológicas, não são vilões de conto de fadas para assustar crianças. São wyverns, reais, que existem. Se a sociedade cria seus wyverns como monstros, aí são outros quinhentos.